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Comprou ações da Eletrobras com o FGTS? Já pode migrar para outros investimentos

postado Assessoria Igor

Quem investiu parte do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na Eletrobras durante a privatização da empresa já pode migrar os recursos para outros fundos, diversificando o investimento.

Os investidores precisaram esperar seis meses da privatização para realocar as aplicações, feitas via FMP (Fundo Mútuo de Privatização). Chamados de “monoação”, os FMPs só permitem o investimento em ações de uma única empresa. Com o fim do prazo, interessados podem migrar para fundos de carteira livre, que compram qualquer tipo de ação.

“Um tem uma gestão ativa (carteira livre) e outro uma gestão passiva. Isso traz uma diferença na taxa de administração desses fundos. Os de carteira livre podem chegar a 2% ao ano, enquanto os de gestão passiva, de uma única ação, têm uma taxa menor, em torno de 0,4% a.a.”, afirma a assessora de investimentos Laís Freire Nunes.

“Em paralelo, essa gestão ativa pode ser um risco, por causa da seleção das ações, da diversificação do fundo”, afirma Laís, que recomenda analisar riscos e exposição. “Mas é uma diluição sair de um único ativo, um único risco”, avalia.

A especialista diz que para o investidor com perfil mais conservador, migrar os recursos tende a ser mais interessante, já que as carteiras livres podem ter exposição de até 49% em títulos públicos, de renda fixa, o que traz uma redução de volatilidade e diluição de riscos.

Para os investidores mais arrojados, que ficam confortáveis em se arriscar por mais rentabilidade, o indicado é buscar fundos de carteira livre com mais exposição a renda variável e outros ativos.

O analista de investimentos Alexandre Milen também defende a migração para diluir riscos. “Se o patrimônio é pequeno, pode deixar lá na Eletrobras. Mas imagine se acontecesse o mesmo que está acontecendo com a Americanas? Por isso a diversificação é sempre saudável”, afirma Alexandre Milen.

Para o CEO da Harami Research, a vantagem de permanecer aplicando somente na Eletrobras seria talvez o custo mais baixo da administração. “Ainda é alto, considerando que é a gestão só de um ativo. Na teoria, poderia ser mais barato que 0,40%”, afirma.

QUAL SÃO AS OPÇÕES DE APLICAÇÃO?

Segundo dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), há, atualmente, nove FMPs de carteira livre à disposição do investidor.

Na semana passada, o BTG Pactual lançou dois FMPs que podem receber recursos provenientes de outros FMPs, decorrentes dos processos de privatização da Eletrobras, Petrobras e Vale.

A aplicação inicial nos produtos FMP FGTS Reference Absoluto Carteira Livre e FMP Reference Absoluto Moderado Carteira Livre é de R$ 200, com taxa de administração de até 2% ao ano.

A carteira do FMP FGTS Reference Absoluto Carteira Livre tem 95% da composição em ações de companhias de diversos segmentos e 5% por títulos públicos. Já o FMP Reference Absoluto Moderado Carteira Livre possui taxa de 1,5% ao ano e engloba 60% da estratégia em renda variável e 40% em títulos públicos.

A XP também lançou dois produtos de carteira livre, ou seja, para o investimento em qualquer ação listada na B3.

O XP Investor Carteira Livre FMP tem, em média, de 15 a 20 ações de empresas de diferentes setores. Já o XP Balanceado Carteira Livre FMP, segundo a instituição, é para o investidor que busca menos volatilidade. Este fundo tem 51% de exposição em renda variável e 49% em títulos soberanos de renda fixa.

O Bradesco destaca dois fundos FMP-FGTS que podem receber recursos do FMP da Eletrobras. O Bradesco FMP-FGTS Carteira Livre é um fundo passivo Ibovespa, com taxa de administração de 0,90% ao ano. Já o Bradesco Multiportfolio FMP-FGTS Carteira Livre segue o flagship de dividendos com taxa de 1,50%.

O banco afirma que a portabilidade deve ser feita onde o investidor tem seu FMP. “E cada instituição possui um fluxo específico para tratar a referida portabilidade”, afirma o Bradesco.

A Caixa tem um FMP Carteira Livre: o Caixa Carteira Livre RF49 FMP FGTS, apto a receber migrações de cotistas de outros fundos mútuos de privatização.

A taxa de administração do produto Caixa é de 1,90% a.a., sendo que sua política de investimento permite a alocação em ações e até 49% da carteira em títulos públicos.

REGRAS DE MIGRAÇÃO

A migração de recursos de um FMP para outro é permitida a partir de seis meses contados desde o investimento no FMP de origem.

“Importante considerar também que essa transferência não é considerada um resgate, por isso não tem a cobrança do Imposto de Renda”, afirma Laís Nunes.

Após o período mínimo 12 meses, o investidor pode solicitar que seu capital seja devolvido à conta do FGTS. O dinheiro estará na conta do fundo de garantia cinco dias após a solicitação.

Apenas investidores com recursos alocados em FMPs podem solicitar a mudança. Não é possível agora usar o FGTS para comprar ações da Eletrobras.

Segundo a Caixa, gestora do FGTS, o trabalhador poderá solicitar o saque do FGTS durante o período de carência nos cinco casos permitidos por lei para saque do fundo de garantia.

Fonte: Folha

www.contec.org.br

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